
Tesouro Direto ou CDB? Saiba Qual Rende Mais
Você já deve ter se perguntado: entre Tesouro Direto e CDB, qual rende mais? Mas antes de sair correndo atrás do investimento com o maior número no final do mês, é bom entender uma coisa: rendimento não é tudo. Isso mesmo. Investir é muito mais sobre você seus objetivos, seu momento de vida, sua tolerância ao risco do que sobre números isolados.
Então, neste artigo, a gente vai conversar de verdade, sem enrolação, sobre as diferenças entre Tesouro Direto e CDB, seus prós e contras, e qual deles pode fazer mais sentido pra sua realidade. Vamos nessa?
Antes de tudo: o que é Tesouro Direto?
Pra começar, o Tesouro Direto é um programa do Governo Federal que permite que pessoas físicas, como eu e você, comprem títulos públicos pela internet. Funciona como um “empréstimo” que você faz pro governo. Em troca, ele te paga juros com o passar do tempo.
Existem diferentes tipos de títulos no Tesouro Direto:
- Tesouro Selic: indicado para quem quer liquidez e segurança.
- Tesouro IPCA+: ótimo pra proteger seu dinheiro da inflação no longo prazo.
- Tesouro Prefixado: ideal se você acredita que a taxa de juros vai cair no futuro.
Ou seja, cada título tem uma carinha diferente, e é importante escolher com atenção.
E o tal do CDB?
Já o CDB Certificado de Depósito Bancário é um título emitido por bancos. Basicamente, você empresta dinheiro pro banco e ele te devolve com juros. Mas atenção: o rendimento vai depender do banco, do prazo e do tipo de CDB.
Existem:
- CDBs de liquidez diária: você pode resgatar quando quiser, perfeito pra reserva de emergência.
- CDBs com prazo fechado: geralmente rendem mais, mas seu dinheiro fica preso até a data combinada.
- CDBs que rendem percentual do CDI: como 100%, 110%, 120% do CDI, por exemplo.
Portanto, o CDB é como um leque de possibilidades, e o retorno vai variar muito dependendo do banco emissor e do tempo de aplicação.
Mas afinal… Qual rende mais Tesouro Direto e CDB?
Agora chegamos à pergunta que não quer calar. E, sendo muito sincero, a resposta é: depende. Sim, depende mesmo.
Vamos analisar alguns cenários:
1. Curto prazo (até 1 ano)
Se você busca um investimento pra poucos meses, o Tesouro Selic pode ser mais interessante. Ele é mais previsível e tem liquidez diária. Por outro lado, CDBs de liquidez diária com rendimentos acima de 100% do CDI também são ótimas opções especialmente se forem oferecidos por bancos menores (e, claro, com proteção do FGC).
Neste caso, se você encontrar um CDB de 105% do CDI, ele tende a render mais que o Tesouro Selic. Porém, é sempre bom checar as taxas cobradas pela corretora.
2. Médio prazo (de 1 a 3 anos)
Aqui a briga fica mais acirrada. O Tesouro Prefixado pode te garantir um bom retorno se os juros caírem no período. Mas, ao mesmo tempo, um CDB de prazo fechado pagando mais de 110% do CDI pode render ainda mais — especialmente se você não precisar do dinheiro antes do vencimento.
Então, vale comparar as taxas no momento da aplicação. Não tem jeito: a gente precisa colocar os números lado a lado.
3. Longo prazo (mais de 3 anos)
Nesse ponto, o Tesouro IPCA+ brilha. Ele garante uma rentabilidade acima da inflação, o que é essencial para preservar e aumentar o poder de compra do seu dinheiro. Além disso, ele é uma excelente escolha para aposentadoria ou grandes metas futuras.
Ainda assim, há CDBs de longo prazo pagando 120% ou mais do CDI. Se a inflação continuar sob controle, esses CDBs podem bater o Tesouro IPCA+. Mas… é um risco. E risco, como sempre, precisa ser ponderado.
E a segurança?
Aqui entra um ponto importante: o Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do Brasil, afinal, o risco de calote do governo federal é mínimo.
Já o CDB é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição. Ou seja, se o banco quebrar, você tem uma camada de proteção. Mas vale lembrar que isso tem um teto. E mais: quanto menor e mais arriscado for o banco, maior o rendimento oferecido. Porém, mais importante é o cuidado na diversificação.
E os impostos?
Tanto o Tesouro quanto o CDB seguem a mesma tabela regressiva do Imposto de Renda:
- 22,5% até 180 dias
- 20% de 181 a 360 dias
- 17,5% de 361 a 720 dias
- 15% acima de 720 dias
Além disso, no Tesouro Direto há uma taxa de custódia da B3, que atualmente é de 0,20% ao ano para valores acima de R$ 10 mil. Nos CDBs, não existe essa taxa. Portanto, em algumas situações, isso pode fazer diferença no rendimento líquido.
E quanto à liquidez?
Esse é um ponto que não dá pra ignorar. Se você precisa ter a opção de resgatar seu dinheiro a qualquer momento, o Tesouro Selic e os CDBs de liquidez diária são ideais.
Agora, se o seu objetivo é rentabilidade e você pode deixar o dinheiro parado por mais tempo, tanto os CDBs com vencimento fechado quanto o Tesouro IPCA+ podem oferecer retornos melhores. Mas lembre-se: imprevistos acontecem. Ter uma reserva de emergência antes de travar o dinheiro em investimentos é essencial.
Então… qual escolher?
A melhor resposta é: escolha os dois! Isso mesmo. Você não precisa colocar todos os ovos na mesma cesta.
- Use o Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária como reserva de emergência.
- Use o Tesouro IPCA+ pra metas de longo prazo que exigem proteção contra a inflação.
- Use CDBs de prazo fechado se quiser potencializar ganhos no médio prazo e puder abrir mão da liquidez.
Diversificar é a chave. Além disso, o que é melhor pra mim pode não ser o melhor pra você. Por isso, se pergunte: qual é o meu objetivo com esse dinheiro? Quando vou precisar dele? Eu suporto ver meu investimento oscilar?
Dica de ouro: use simuladores
Antes de investir, use simuladores de renda fixa. Eles te ajudam a visualizar o retorno final de cada opção, com e sem impostos. E mais: compare sempre o rendimento líquido, não apenas a taxa bruta.
Além disso, plataformas como o Tesouro Direto, a própria B3, ou corretoras confiáveis como XP, Rico, Inter, Modal, entre outras, oferecem ferramentas que facilitam muito essa comparação.
Conclusão: o que faz mais sentido pra você?
No fim das contas, mais importante do que saber se Tesouro Direto ou CDB rende mais, é entender qual deles faz mais sentido pra sua vida financeira agora.
Enquanto um te dá estabilidade e previsibilidade, o outro pode te oferecer oportunidades de retorno maior. Mas tudo tem seu preço, seu risco e seu momento.
Portanto, escute menos os “gurus” que só falam de números mágicos e escute mais a sua realidade. Só assim você vai construir uma carteira de investimentos sólida, que realmente trabalha a seu favor e que te deixa dormir tranquilo à noite.
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